A situação é particularmente grave em 38 estabelecimentos, a maioria na região de Lisboa e Península de Setúbal, onde existem mais de 10 horários por preencher.
Uma semana após o início oficial do ano letivo, os dados oficiais da Agência para a Gestão do Sistema Educativo indicam que existiam 2.410 horários por ocupar, dos quais 1.042 (43%) eram completos.
Num universo de 810 agrupamentos escolares, 635 reportavam a falta de pelo menos um docente. A carência é mais acentuada nas zonas de Lisboa e da Península de Setúbal e afeta principalmente disciplinas como pré-escolar, educação especial, Português do 3.º ciclo e Informática.
Estes números contrastam com as declarações do ministro da Educação, Fernando Alexandre, que na véspera do arranque das aulas garantiu que 98% das escolas teriam todos os professores colocados. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) insiste que a situação se agravou em relação ao ano anterior, estimando que mais de 100 mil alunos estão sem aulas a pelo menos uma disciplina. O MECI contrapõe que este número não tem correspondência direta com alunos sem aulas, pois os diretores dispõem de mecanismos como a atribuição de horas extraordinárias para colmatar as falhas. Para acelerar a colocação de docentes, a tutela implementou um novo processo de reservas de recrutamento a cada três dias úteis. Adicionalmente, o ministério aponta como prioridade a resolução de problemas estruturais em escolas com necessidades prolongadas, através de medidas como um concurso extraordinário para vincular cerca de 1.800 professores nas regiões mais carenciadas.














