Relatório da IGAS relaciona morte em Mogadouro com atrasos durante greve do INEM
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu que a morte de um homem de 84 anos em Mogadouro, em novembro de 2024, poderá estar relacionada com o atraso no atendimento do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) durante uma greve do INEM. O relatório final, um de 12 inquéritos a óbitos ocorridos nesse período, aponta ainda indícios de responsabilidade disciplinar a um médico regulador, mas as conclusões são contestadas pelo sindicato do setor. O caso em análise envolveu um idoso que sofreu um engasgamento, e o relatório da IGAS afirma que "o atraso no atendimento telefónico por parte do CODU poderá ter tido uma influência significativa no desfecho final da vítima". Para além da falha no atendimento inicial, a inspeção encontrou "indício disciplinar na atuação de um médico regulador do CODU do Porto", que não terá agido "de forma diligente e zelosa" no acionamento de meios para o transporte secundário entre as urgências de Mogadouro e o Hospital de Bragança. Em reação, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, criticou o relatório por "falta de rigor e conhecimento", argumentando que o "fator determinante" foi o atraso na assistência primária e que a intervenção da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) no transporte secundário já não alteraria o desfecho. A IGAS concluiu que, das 12 mortes investigadas, três foram associadas ao atraso no socorro, evidenciando as fragilidades do sistema de emergência médica durante períodos de contestação laboral.



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