Os dados do INEM indicam que o número de partos em contexto pré-hospitalar em 2025 já ultrapassou o total de cada um dos três anos anteriores, sinalizando um agravamento do problema. Estes incidentes funcionam como um aviso público sobre a falta de fiabilidade dos serviços de obstetrícia de urgência na Península de Setúbal. A necessidade de desviar utentes devido à falta de profissionais para completar as escalas coloca as grávidas em situações de vulnerabilidade e sobrecarrega os meios de emergência, que se veem forçados a realizar procedimentos complexos fora de um ambiente hospitalar. A situação reflete uma crise sistémica no SNS na região, que levou o Governo a ponderar a criação de uma urgência obstétrica regional para centralizar e garantir a continuidade dos cuidados.