A ameaça surge num contexto de grave insatisfação no setor, que poderá levar a perturbações nos serviços de emergência em todo o país.
O descontentamento dos bombeiros centra-se em três questões principais que, segundo a LBP, demonstram uma desvalorização do setor por parte do Governo.
Em primeiro lugar, está o financiamento previsto no Orçamento do Estado para 2026, que ascende a cerca de 37 milhões de euros. Embora represente um aumento de 2,2 milhões face ao ano anterior, o presidente da LBP, António Nunes, considera o valor “inferior ao que era expectável, face ao aumento do ordenado mínimo nacional”, sublinhando que a liga defendia um montante mínimo de 49,38 milhões de euros. Outro ponto de discórdia é o corte de 12 milhões de euros previsto para o transporte de doentes não urgentes, uma medida que a LBP contesta por não ter sido consultada. Por fim, a ausência de um estatuto para os bombeiros voluntários com contrato de trabalho nas associações humanitárias, que defina carreiras e índices remuneratórios, é vista como o ponto mais crítico e uma promessa há muito por cumprir. A decisão de avançar com formas de luta, no entanto, não é unânime.
António Nunes revelou que existem “duas posições extremas” no conselho nacional da LBP: “Há conselheiros com mais agressividade e querem avançar já com protestos e outros mais conservadores que, reconhecendo que é preciso fazer alguma coisa, querem dar mais algum tempo ao Governo”. Esta reunião surge numa altura em que se verifica o aparecimento de movimentos inorgânicos no seio dos bombeiros voluntários, que já organizaram protestos e prometem mais ações.














