A dimensão do desastre colocou o presidente da Câmara Municipal, Carlos Moedas, sob intensa pressão política.
O descarrilamento do icónico funicular, na tarde de quarta-feira, mobilizou uma vasta operação de socorro, mas não evitou a perda de 16 vidas, incluindo cinco cidadãos portugueses e onze estrangeiros de sete nacionalidades.
Entre as vítimas portuguesas encontrava-se o guarda-freio do ascensor e quatro funcionários da Santa Casa da Misericórdia.
A investigação, conduzida pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) e pela Polícia Judiciária, aponta para uma provável falha no cabo de tração, embora as conclusões preliminares tenham sido adiadas. A polémica adensou-se com a revelação de que a vistoria diária ao equipamento, realizada pela empresa de manutenção MNTC, durou apenas 33 minutos na manhã do acidente, um procedimento que especialistas e o sindicato da Carris consideram insuficiente.
A oposição política, nomeadamente o PS e o Chega, não tardou a exigir responsabilidades a Carlos Moedas.
O ex-líder do PS, Pedro Nuno Santos, declarou ser "inevitável" que Moedas assuma responsabilidades, recordando que o autarca exigiu a demissão de Fernando Medina em 2021 por um caso de menor gravidade. O Chega anunciou a apresentação de uma moção de censura ao executivo camarário.
Em resposta, a autarquia negou cortes no orçamento da Carris, afirmando que este aumentou nos últimos anos.
No meio da tragédia, surgiu uma notícia de esperança: o pai de uma criança alemã de três anos, inicialmente dado como morto, foi encontrado vivo e internado num hospital de Lisboa.














