O acidente suscitou um intenso debate sobre a responsabilidade política, a segurança dos transportes públicos e a gestão municipal, com trocas de acusações entre o executivo e a oposição. No centro da controvérsia está o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que, após um silêncio inicial, recusou demitir-se, afirmando que tal seria um “ato de cobardia” e que só o faria se fosse provado um erro político seu com impacto direto na manutenção. As suas declarações geraram forte polémica, especialmente a comparação com a demissão de Jorge Coelho após a queda da ponte de Entre-os-Rios em 2001.
Moedas alegou que Coelho “tinha recebido informações no seu gabinete sobre problemas de manutenção”, o que foi veementemente desmentido por figuras socialistas como José Luís Carneiro e Ferro Rodrigues, que acusaram o autarca de “mentir” e “ofender a memória” do antigo ministro. A candidata do PS, Alexandra Leitão, acusou Moedas de recorrer a “ataques pessoais” e de ter um comportamento “inaceitável”, enquanto o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, afirmou que o autarca “está de cabeça perdida”. Em resposta, Moedas acusou a oposição de “aproveitamento político” e de usar “sicários” para pedir a sua demissão.
A crise revelou também falhas passadas, com notícias de que incidentes em 2018 e 2024 não originaram relatórios oficiais.
O sindicato STRUP apontou a externalização da manutenção e a “rutura na transmissão do conhecimento” como fatores indiretos para o desastre.
Em resposta à tragédia, a autarquia aprovou a criação de um fundo de apoio às vítimas e um portal da transparência.














