As sessões mais recentes focaram-se em alegados pagamentos indevidos e na sua suposta interferência em nomeações para a Caixa Geral de Depósitos.

Durante a nona sessão do julgamento, José Sócrates rejeitou categoricamente ter recebido dinheiro do seu primo, José Paulo Pinto de Sousa, que a acusação aponta como um dos seus testas de ferro. O Ministério Público alega que o ex-governante recebeu cerca de dois milhões de euros por esta via. Sócrates negou também qualquer tipo de pressão ou interferência na nomeação de Armando Vara para o cargo de administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD), acusando o antigo ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, de mentir sobre o assunto. A postura do antigo primeiro-ministro em tribunal tem sido marcada pela confrontação direta com a procuradora do Ministério Público, a quem acusa de manipulação e de construir uma narrativa baseada em “pura maledicência”.

Esta atitude levou a juíza Susana Seca a adverti-lo de que poderia ser retirado da sala caso mantivesse o desrespeito.

A magistrada resumiu a complexidade e a duração expectável do processo com a frase: “Este julgamento será uma maratona”.

A fase atual do julgamento está a analisar detalhadamente os circuitos financeiros que estão na origem da investigação.