A decisão histórica do Supremo Tribunal Federal está a dividir o país e a gerar reações internacionais.
Num julgamento que marca um momento decisivo para a democracia brasileira, Jair Bolsonaro tornou-se o primeiro ex-chefe de Estado do país a ser condenado por tentativa de golpe. O Supremo Tribunal Federal considerou-o culpado de um conjunto de crimes graves, incluindo abolição violenta do Estado de direito, golpe de Estado e liderança de organização criminosa armada. A acusação centrou-se no seu papel na conspiração que culminou na invasão das sedes dos três poderes em Brasília, a 8 de janeiro de 2023, e num plano que, segundo as investigações, incluía a detenção de juízes e a anulação dos resultados eleitorais de 2022.
A condenação está a polarizar ainda mais o Brasil: enquanto opositores celebram a decisão como uma vitória da justiça e das instituições, com manifestações em Brasília, os apoiantes de Bolsonaro e figuras da direita brasileira insurgem-se, prometendo lutar por uma amnistia.
A defesa do ex-presidente classificou a pena como "absurdamente excessiva" e anunciou que irá recorrer, "inclusive no âmbito internacional".
A condenação gerou forte repercussão mundial.
A Human Rights Watch considerou a sentença "histórica", afirmando que "ninguém está acima da lei".
Nos Estados Unidos, o Presidente Donald Trump expressou surpresa e defendeu Bolsonaro, comparando o processo a uma "caça às bruxas".
Analistas políticos, como José Paulo Fafe, sugerem que a decisão pode marcar "o primeiro dia do pós-Bolsonarismo", permitindo à direita brasileira encontrar um novo rumo, afastado do radicalismo.
A sentença estabelece um precedente significativo sobre a responsabilização de líderes políticos por ataques às instituições democráticas.














