A decisão surge num momento em que uma sondagem coloca, pela primeira vez, o seu partido na liderança das intenções de voto. O cenário político português foi abalado pela divulgação de uma sondagem da Aximage para o Diário de Notícias que, de forma inédita, posiciona o Chega como o partido mais votado se as legislativas fossem hoje, ultrapassando a AD. É neste contexto de ascensão que André Ventura aborda a corrida a Belém.

Durante o Conselho Nacional do partido, Ventura declarou: "Se quiserem e entenderem que devo ir, aqui estarei", colocando a decisão final nas mãos do partido.

No entanto, o líder do Chega tem mantido uma postura ambígua, afirmando que a sua candidatura não é "o ideal" e que seria um "mau sinal para o país que um líder da oposição" se candidatasse, pois a sua missão principal é governar Portugal. Esta hesitação é vista por analistas como uma estratégia para manter o controlo sobre o partido e evitar o risco de um "desastre" com outro candidato que não tenha a sua projeção. As reações dos outros partidos não tardaram, com o PS a acusar Ventura de ser "um homem politicamente carente" e um "demagogo", e o CDS a apontar os "ziguezagues" no seu percurso. A discussão sobre as presidenciais ocorre simultaneamente com a confirmação de que Ventura se vai recandidatar à liderança do Chega, afirmando que o seu "trabalho não está terminado". A semana ficou também marcada por uma gafe de Ventura, que confundiu o "Bürgerfest" (Festival de Cidadania) na Alemanha com um "festival de hambúrgueres", justificando-se posteriormente com um erro de escrita num documento oficial.