A auditoria, revelada pela TVI, analisou os movimentos bancários dos cartões de crédito do município e concluiu que a então autarca da CDU terá usado verbas municipais para despesas de natureza pessoal ou recreativa, que poderão ultrapassar os 100 mil euros.

Em consequência, a atual Câmara de Setúbal decidiu remeter o relatório à Polícia Judiciária (PJ) e à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) para uma investigação mais aprofundada.

A divulgação do caso ocorre a menos de um mês das eleições autárquicas, nas quais Maria das Dores Meira se recandidata como independente, mas com o apoio da coligação Aliança Democrática (AD). A ex-autarca reagiu veementemente, negando qualquer ilegalidade e afirmando tratar-se de uma "tentativa de assassinato de carácter" e uma "perseguição política" com o objetivo de obter vantagens eleitorais.

A situação criou um embaraço político para os seus novos apoiantes.

A estrutura nacional do PSD deverá manter o apoio, mas a concelhia de Setúbal já se manifestou, afirmando que "por muito menos se demitiu a candidata do Chega", numa clara demonstração de desconforto com as suspeitas que recaem sobre a candidata que apoiam.