Manifestações de grande dimensão em Madrid, em apoio à causa palestiniana, forçaram o cancelamento da última etapa da Volta a Espanha, culminando em confrontos, feridos e uma forte polémica política que ofuscou o desfecho da competição. A consagração dos vencedores da 80.ª edição da Vuelta foi abruptamente interrompida quando mais de 100.000 manifestantes, segundo o governo espanhol, invadiram o percurso final em Madrid. Os protestos, dirigidos em parte contra a presença da equipa Israel-Premier Tech, levaram à paralisação do pelotão a cerca de 56 quilómetros da meta por “motivos de segurança”. A situação escalou para confrontos com a polícia, resultando em 22 agentes feridos, atingidos por objetos após o derrube das barreiras de proteção, e na detenção de duas pessoas. O incidente teve imediatas repercussões políticas, com a oposição a acusar o governo de Pedro Sánchez de instigar os protestos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, por sua vez, classificou Sánchez como “uma vergonha para Espanha”.
O cancelamento impediu a tradicional cerimónia do pódio.
Os ciclistas, incluindo o vencedor Jonas Vingegaard e o português João Almeida, que terminou em segundo lugar, viram-se forçados a improvisar uma celebração num parque de estacionamento de um hotel. Vingegaard expressou a sua desilusão por ter sido privado de um “momento para a eternidade”.
A tia de João Almeida, presente em Madrid, lamentou que os ciclistas não tivessem “o registo do pódio”, apesar de compreender a importância da defesa dos direitos humanos.
Em resumoA última etapa da Volta a Espanha foi cancelada devido a um massivo protesto pró-palestiniano em Madrid, que resultou em confrontos violentos, feridos entre as forças policiais e detenções. O evento desportivo foi suplantado por uma crise política, com acusações ao governo espanhol e críticas de Israel, enquanto os ciclistas foram privados da cerimónia oficial de premiação.