A sua presença foi amplamente vista como uma provocação, tanto pelos manifestantes como pela maioria dos partidos com assento parlamentar, que repudiaram o ato.

Centenas de imigrantes de várias nacionalidades, como Bangladesh, Índia e Brasil, manifestavam-se para exigir a regularização dos seus documentos, o respeito pelos seus direitos e o fim do que consideram ser um “clima de intimidação”.

A concentração, convocada pela Associação Solidariedade Imigrante, decorria sem incidentes até André Ventura, acompanhado por deputados do seu partido, ter saído do plenário para se dirigir ao local.

A sua chegada foi recebida com vaias e gritos de “racista” e “fascista”, com os manifestantes a silenciarem as suas tentativas de falar aos jornalistas.

Ventura defendeu que “quem vem para Portugal tem de cumprir regras” e que o país não pode ser “um bar aberto”.

A reação dos restantes partidos foi imediata e transversal.

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, acusou Ventura de ser “incendiário” e de “fugir de mansinho” do debate sobre incêndios para “provocar os imigrantes”.

O PS, pela voz de Isabel Moreira, considerou a atitude uma “provocação deplorável” e apelou a um “repúdio firme dos democratas”.

Partidos como o Livre, PCP e PAN também condenaram o que descreveram como um “espetáculo mediático” e um ato “incendiário”, que apenas visa inflamar os ânimos e explorar politicamente a situação dos imigrantes.