A sua presença na corrida presidencial força um realinhamento de estratégias entre os restantes candidatos e partidos.

Analistas como Pedro Adão e Silva consideram que a entrada de Ventura "é uma espécie de preâmbulo das próximas legislativas", alterando o xadrez político. O próprio Ventura justifica a sua candidatura afirmando que o "espaço do anti-sistema" precisa de estar representado e que o país necessita de um debate sobre temas como imigração, segurança e combate à corrupção.

Defendeu ainda que "o líder da oposição não deve ser candidato presidencial", numa clara demarcação do seu papel.

A sua candidatura intensifica a disputa pelo eleitorado de direita e antissistema, colocando-o em confronto direto com Henrique Gouveia e Melo.

A sua postura controversa foi novamente evidenciada pela sua presença numa manifestação de imigrantes, que comentadores como Miguel Sousa Tavares classificaram como uma "provocação". Ventura, por sua vez, rejeitou as críticas, afirmando que esteve no local para dizer aos imigrantes que "eles têm de cumprir regras". A sua estratégia parece ser a de condicionar o debate e forçar os adversários a posicionarem-se em relação a si, como se viu nas reações de António José Seguro, que questionou a independência de Gouveia e Melo após um almoço secreto com o líder do Chega.