O primeiro-ministro, Luís Montenegro, classificou as medidas como "ousadas e ambiciosas", afirmando que o plano tem "cabeça, tronco e membros" e visa "abanar o mercado".

A principal medida é a redução do IVA na construção para 6% em imóveis destinados a habitação permanente, desde que o valor de venda não ultrapasse os 648 mil euros ou, no caso de arrendamento, a renda se enquadre no novo conceito de "renda moderada". Este conceito, que substitui a anterior "renda acessível", estabelece um teto máximo de 2.300 euros, um valor que suscitou fortes críticas por parte da oposição. O PS, pela voz de Vasco Franco, alertou que a medida fará "os preços disparar outra vez", enquanto PCP e Bloco de Esquerda consideram o valor completamente desfasado da realidade salarial do país.

Pedro Adão e Silva, comentador, sugeriu que o teto elevado pode criar uma "pressão inflacionista", incentivando os senhorios a subirem as rendas até esse limite.

Para além dos incentivos fiscais, o pacote inclui a simplificação dos licenciamentos urbanísticos e alterações ao código dos contratos públicos para facilitar a construção.

As associações de proprietários e inquilinos mostraram-se igualmente céticas, considerando as medidas insuficientes para resolver a crise estrutural do setor.