Esta aproximação marca uma viragem estratégica nas alianças parlamentares e intensifica o debate sobre o futuro da política de imigração em Portugal.

Após o chumbo da versão inicial pelo Tribunal Constitucional, o executivo apresentou uma proposta reformulada.

Embora o PS tivesse admitido viabilizar o diploma, o Governo liderado pelo PSD iniciou negociações formais com o partido de André Ventura. O líder do Chega anunciou a criação de um grupo de trabalho conjunto com o PSD para "afinar" a lei, com o objetivo de alcançar um consenso antes da votação na próxima terça-feira.

Esta aliança gerou fortes críticas da oposição.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou a Aliança Democrática de estar "enleada com o Chega" e de usar a imigração como uma manobra de diversão para desviar a atenção de problemas prementes como a habitação. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, confirmou a existência de diálogo, afirmando estar aberto a "colaborar e cooperar" com todos os grupos parlamentares.

No entanto, o foco no Chega é visto como uma escolha deliberada de se alinhar à direita nesta matéria, arriscando alienar partidos mais moderados e sinalizando uma nova dinâmica de poder no parlamento.

A comentadora Maria Castello Branco considerou que o Governo "fez bem" em não privilegiar o Chega, mas o desenvolvimento das negociações sugere o contrário.