A subida contínua dos valores agrava as dificuldades de acesso à habitação para muitas famílias. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano de avaliação bancária na habitação atingiu os 1.965 euros por metro quadrado em agosto, um aumento de 18,1% em termos homólogos e um acréscimo de 300 euros em apenas um ano.
Este valor recorde reflete a contínua pressão sobre o mercado imobiliário.
Em resposta, o Governo apresentou o pacote “Construir Portugal”, que introduz o conceito de “renda moderada”, com um teto de 2.300 euros, e oferece benefícios fiscais a senhorios que pratiquem estes valores.
A medida foi recebida com ceticismo.
A central sindical CGTP classificou o valor como “desfasado da realidade” num país onde uma parte significativa da população aufere o salário mínimo.
Análises de mercado indicam que a grande maioria das casas para arrendar em Lisboa e no Porto já se encontra abaixo deste teto, levantando dúvidas sobre se o alívio fiscal se traduzirá numa redução efetiva das rendas para os inquilinos. Críticos, como o autarca Bernardino Soares, alertam que as medidas poderão, paradoxalmente, “inflacionar os custos da compra e os valores das rendas”.
Em paralelo, a garantia pública para a compra de casa por jovens até aos 35 anos abrangeu mais de 15.300 contratos até agosto, representando quase um quarto do montante total de crédito concedido para habitação própria permanente.














