O episódio, que envolve uma disputa sobre a palavra "porrada" versus "morada", expõe a crescente animosidade entre os dois partidos de direita. A Comissão Parlamentar da Transparência arquivou a queixa de Frazão, que acusava Soares de o ter ameaçado com “porrada” durante um debate.

As transcrições oficiais do Parlamento indicaram que a palavra proferida por Soares terá sido “morada”, e não a ameaça alegada.

Após o arquivamento, Hugo Soares exigiu um pedido de desculpas público a André Ventura, líder do Chega, acusando-o de ter “deturpado” as suas palavras num vídeo partilhado nas redes sociais.

Ventura, por sua vez, rejeitou a decisão da comissão e anunciou que o seu partido iria recorrer para o plenário, insistindo que existem “várias testemunhas” do sucedido e pedindo que as imagens do incidente sejam novamente exibidas.

A retórica entre os dois líderes subiu de tom, com Ventura a classificar Hugo Soares como “um lacaio qualquer” do primeiro-ministro, Luís Montenegro. Em resposta, Soares criticou a postura da bancada do Chega, descrevendo alguns dos seus deputados como “completamente irascíveis do ponto de vista comportamental”.

Este confronto verbal e processual reflete o clima de crispação política e a complexa relação entre o PSD e o Chega, marcada por uma competição acesa no espectro da direita.