Durante o fim de semana, os tempos de espera para doentes com pulseira amarela no Hospital Amadora-Sintra chegaram às seis horas, muito acima dos 60 minutos recomendados.

Em Faro, a situação foi ainda mais crítica, com esperas de até 13 horas e várias ambulâncias retidas à porta da unidade hospitalar. A crise de recursos humanos é igualmente grave, com a urgência de obstetrícia do Hospital de Vila Franca de Xira a enfrentar o risco de encerramento por falta de médicos.

A agravar este cenário, uma auditoria da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) detetou falhas graves na gestão entre 2021 e 2024.

O relatório revelou que, em pelo menos 27 mil situações, a emergência médica não funcionou devido a viaturas inoperacionais.

Além disso, foram encontrados mais de 75 mil documentos de pagamentos a bombeiros e à Cruz Vermelha por validar, apontando para uma “deficiente prestação de contas” e “falta de transparência”. Em resposta a esta acumulação de problemas, vários partidos com assento parlamentar solicitaram a audição dos últimos três ministros da Saúde na comissão de inquérito à gestão do INEM.

O Presidente da República manifestou a sua preocupação, mas adiou uma tomada de posição para depois das eleições autárquicas.