A investigação, que incluiu o levantamento do sigilo bancário e fiscal, bem como o acesso à faturação telefónica e localização do telemóvel, teve origem numa denúncia anónima com "descritas inconsistências" quando o juiz tinha em mãos a instrução da Operação Marquês.

Segundo as notícias, o processo-crime secreto visava rastrear os movimentos e comunicações do magistrado, mas nada foi encontrado.

O próprio juiz só teve conhecimento da investigação após ser contactado pela comunicação social.

Ivo Rosa considera que a forma como a investigação foi conduzida "implica uma grave intromissão e uma ameaça à independência, à responsabilidade dos juízes, ao Estado de Direito e à democracia".

O processo permanece sigiloso por ordem do Procurador-Geral da República, Amadeu Guerra, e os documentos estarão, alegadamente, prestes a ser destruídos.

O caso levantou preocupações sobre a integridade do sistema judicial.

O advogado Rogério Alves comentou que a perseguição ao juiz "destrói um dos fundamentos essenciais do Estado de direito democrático".

A jornalista Sandra Felgueiras, uma das responsáveis pela investigação, alertou que "qualquer juiz hoje em dia que tenha em mãos uma operação tão complexa como a Operação Marquês sentir-se-á ameaçado".

A descoberta de que o processo estava "completamente vedado" foi um dos desafios da investigação jornalística.