A investigação incluiu a devassa da vida privada do magistrado, responsável pela decisão instrutória da Operação Marquês.

Segundo a investigação jornalística, o processo-crime contra o juiz, que entretanto ascendeu a desembargador na Relação de Lisboa, teve origem numa denúncia anónima por corrupção, recebida pouco depois de ter proferido a sua decisão na Operação Marquês, que ilibou o ex-primeiro-ministro José Sócrates de vários crimes.

Durante a investigação, o Ministério Público terá acedido à faturação detalhada do telemóvel de Ivo Rosa, à sua localização e às suas contas bancárias.

O processo foi arquivado por falta de provas, e o próprio juiz só terá tido conhecimento da investigação quando contactado por jornalistas.

A notícia provocou reações fortes.

José Sócrates afirmou que o caso lhe provoca um "esgar de repugnância".

O "Manifesto dos 50", um grupo de personalidades que inclui figuras como Augusto Santos Silva e Ferro Rodrigues, considerou a situação "extremamente grave" e pediu esclarecimentos à Procuradoria-Geral da República.

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses também manifestou preocupação e pediu um "escrutínio" ao inquérito.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, recusou comentar o caso, afirmando que o desconhecia, mas disse esperar "moderação e proporcionalidade" na atuação da justiça.