Um inquérito europeu revelou um cenário preocupante para a saúde mental em Portugal, com 61% dos inquiridos a admitirem sentir-se esgotados ou em risco de 'burnout'. Apesar da elevada prevalência de problemas de saúde mental, o estudo aponta que apenas 3% dos portugueses recorrem a terapia. O estudo, realizado em 22 países, destaca que mais de um terço dos portugueses (36%) enfrentam problemas de saúde mental, mas a procura por ajuda profissional é extremamente baixa.
Os principais obstáculos identificados para o não recurso à terapia são o custo e a perceção de que esta pode ser ineficaz. As principais preocupações que contribuem para este estado de esgotamento são de natureza diversa, com as questões financeiras a liderarem a lista, seguidas pelo stress no trabalho e pela solidão.
Estes dados pintam um quadro de uma população sob forte pressão, onde a saúde mental é uma preocupação crescente, mas o acesso ou a adesão a cuidados especializados continua a ser uma barreira significativa para a grande maioria. A discrepância entre a alta percentagem de pessoas a sofrer de esgotamento e a baixa taxa de procura de tratamento evidencia uma lacuna crítica no sistema de saúde e na literacia em saúde mental em Portugal.
Em resumoUma grande maioria da população portuguesa está a sofrer de esgotamento ou em risco de 'burnout', impulsionado por preocupações financeiras e stress laboral. No entanto, o acesso e a adesão à terapia permanecem residuais, indicando barreiras económicas e culturais significativas no tratamento da saúde mental no país.