As condições da detenção têm sido o foco principal das denúncias.

Os ativistas, incluindo a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, relataram estar em celas sem acesso a rádio ou televisão, com alimentação “pobre e limitada”.

A ativista sueca Greta Thunberg, também detida, denunciou estar numa cela “infestada de percevejos”, desidratada e com comida insuficiente.

Estas denúncias levaram a embaixadora portuguesa em Israel a apresentar um protesto formal junto das autoridades israelitas, que se comprometeram a “resolver a situação”, embora o Ministério dos Negócios Estrangeiros português ainda não tenha recebido uma resposta oficial.

A deportação dos ativistas está a ser preparada, com Israel a confirmar a expulsão de 137 participantes para a Turquia. Em Portugal, a polémica intensificou-se com as declarações do ministro da Defesa, Nuno Melo, que acusou os ativistas de serem apoiantes de terroristas. Esta posição foi veementemente criticada pelo antigo Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que a considerou uma “profunda irresponsabilidade” e de “falta de sentido de Estado”.

Rodrigues criticou também o “incompreensível silêncio” do atual Presidente do Parlamento, Aguiar-Branco, sobre o caso. Em resposta, Nuno Melo reafirmou o seu “direito à opinião” enquanto presidente do CDS-PP.

A situação motivou manifestações em várias cidades europeias, incluindo Lisboa, onde milhares de pessoas exigiram a libertação dos detidos e o fim da guerra em Gaza.