A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN) admitiu a possibilidade de convocar uma greve geral se o Governo não recuar na sua proposta de revisão da legislação laboral, conhecida como pacote “Trabalho XXI”. O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, afirmou que a central sindical espera que o Governo recue “em toda a linha” nas alterações propostas ao Código do Trabalho. Numa declaração clara sobre a intensificação da luta, Oliveira sublinhou que “quanto maior for o ataque” aos direitos dos trabalhadores, maior será a resposta nas ruas, e que o caminho poderá passar pela greve geral.
Esta posição reflete a forte oposição da Intersindical ao anteprojeto apresentado pelo Governo de Luís Montenegro em julho, que está atualmente em discussão na Concertação Social.
A proposta do executivo prevê uma revisão “profunda” da legislação laboral, abrangendo áreas diversas como a parentalidade, o trabalho flexível, a formação profissional nas empresas e as regras do período experimental nos contratos de trabalho.
A ameaça de uma greve geral surge num contexto de crescente tensão entre os sindicatos e o novo Governo, sinalizando um potencial outono de contestação social caso não haja um entendimento na Concertação Social sobre as alterações laborais.
A medida já é defendida por vários sindicatos tanto da CGTP como da UGT, indicando uma base alargada de apoio para uma eventual paralisação nacional.
Em resumoA CGTP eleva o tom da contestação ao novo pacote laboral do Governo, colocando a greve geral como uma resposta provável à falta de recuo do executivo. A decisão final dependerá do desenrolar das negociações na Concertação Social, mas a ameaça marca uma posição de força da principal central sindical do país.