A aprovação, suportada pelos partidos de direita (PSD, IL e CDS-PP), gerou um intenso debate sobre liberdade religiosa, segurança e os direitos das mulheres.

A iniciativa legislativa, que agora segue para discussão na especialidade, prevê coimas que podem ir de 200 a 4.000 euros para quem infringir a lei. Os proponentes justificam a medida com base na "segurança" e no "empoderamento" das mulheres, argumentos que alinham Portugal com mais de 20 outros países, maioritariamente europeus, que já possuem legislação semelhante. No entanto, a proposta foi recebida com fortes críticas por parte dos partidos de esquerda e de representantes da comunidade islâmica. O padre Peter Stilwell, diretor do Departamento das Relações Ecuménicas e do Diálogo Inter-religioso do Patriarcado de Lisboa, classificou-a como "uma lei para um problema que não existe" em Portugal, uma visão partilhada pelo imã da Mesquita Central de Lisboa, David Munir, que considera a lei uma "forma velada de atacar os imigrantes" e de desviar a atenção de problemas mais graves. A comunidade islâmica mostrou-se surpreendida, alertando para o risco de a medida se tornar uma forma de discriminação. O debate levantou ainda questões sobre a aplicabilidade da lei, com especialistas a questionarem se a mesma se aplicaria a outros itens como cachecóis ou capacetes, e a acusarem a proposta de estar "mal feita".