A sua morte representa a perda de uma das mais prestigiadas figuras da historiografia e da resistência à ditadura em Portugal.

Nascido em 1928, António Borges Coelho foi uma figura central na luta contra o Estado Novo.

Como militante do Partido Comunista Português (PCP), trabalhou para o jornal clandestino "Avante" e esteve preso durante seis anos devido à sua atividade política.

O PCP lamentou a sua morte, considerando-a uma "importante perda".

Para além da sua faceta de resistente, Borges Coelho deixou um legado académico indelével. Foi professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e autor de obras fulcrais para a compreensão da história de Portugal, com destaque para os seus estudos sobre a Inquisição portuguesa e a ocupação islâmica do território. O seu contributo para a liberdade e para a cultura foi reconhecido em 2018, quando foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

A sua vida pessoal foi também marcada pela luta, tendo casado na prisão com Isaura Silva, com quem partilhou uma vida de resistência e companheirismo, inseparáveis após a ditadura lhes ter roubado nove anos de vida em comum.