Centenas de imigrantes têm passado dias e noites em filas junto às instalações da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), em Lisboa, numa tentativa desesperada de renovar os seus títulos de residência. A situação, que se agravou após o fim da prorrogação administrativa de documentos caducados, expõe as dificuldades no funcionamento da agência e o drama humano de quem depende da regularização para viver e trabalhar em Portugal. Com quase 300 mil processos de estrangeiros a aguardar autorização de residência, a pressão sobre os serviços da AIMA é imensa.
Os imigrantes nas filas relatam que os meios digitais para agendamento não funcionaram, forçando-os a procurar atendimento presencial.
Nos Anjos, em Lisboa, as senhas de atendimento esgotaram-se em menos de duas horas, deixando muitos sem solução.
Algumas pessoas relatam que nem podem dormir na fila, pois são feitas chamadas durante a madrugada para confirmar a presença, e quem não responde perde o lugar.
O ministro da Presidência afirmou que a situação se aplica apenas a quem deixou passar o prazo para a renovação, mas os testemunhos no local contradizem esta versão.
A situação evidencia uma crise nos serviços de imigração, com um número crescente de pessoas a viver na incerteza, enquanto o número de estrangeiros residentes em Portugal ultrapassou 1,5 milhões no final do ano passado, com brasileiros e indianos a liderar as comunidades.
Em resumoO fim da validação automática de vistos caducados gerou o caos nos serviços da AIMA, com centenas de imigrantes a formarem longas filas noturnas para tentarem regularizar a sua situação. O episódio evidencia falhas sistémicas e a urgência de uma resposta para os quase 300 mil processos pendentes, num país com uma população imigrante em rápido crescimento.