O frágil cessar-fogo em Gaza foi abalado por acusações mútuas e pela complexa operação de devolução dos corpos de reféns. O Hamas acusou Israel de violar a trégua após um ataque aéreo israelita ter morto 11 membros da mesma família, incluindo sete crianças, enquanto Israel condiciona a reabertura total da passagem de Rafah à devolução de todos os corpos dos reféns. No âmbito do acordo, o Hamas continuou a entregar os restos mortais de reféns à Cruz Vermelha Internacional. Numa das entregas, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou ter recebido 15 corpos de palestinianos de Israel que apresentavam sinais de "abuso, espancamento e estavam algemados e com os olhos vendados". A dificuldade em identificar os corpos devido ao seu estado de deterioração levou à organização de reuniões com famílias de desaparecidos. A passagem de Rafah, vital para a ajuda humanitária, permanece um ponto crítico.
Israel declarou que a fronteira "permanecerá fechada até nova ordem", dependendo do cumprimento integral do acordo por parte do Hamas.
A frente diplomática e judicial também se manteve ativa, com o Tribunal Penal Internacional (TPI) a rejeitar um recurso de Israel sobre a decisão que confirma os mandados de captura contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o seu antigo ministro da Defesa por crimes de guerra. Simultaneamente, o Hamas mantém uma posição ambígua sobre o desarmamento, um dos pilares do plano de paz, afirmando que não se pode comprometer com essa medida unilateralmente.
Em resumoA situação em Gaza permanece volátil, com o cessar-fogo a ser testado por incidentes violentos e pela difícil logística da troca de corpos. A reabertura da passagem de Rafah e o desarmamento do Hamas são os principais obstáculos para a consolidação da paz, enquanto as acusações de crimes de guerra e abusos complicam ainda mais o cenário.