As conclusões técnicas dominam o debate, enquanto as reações políticas se dividem entre a atribuição de culpas e a defesa das administrações.
O documento, divulgado pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), é demolidor para a Carris.
A principal conclusão aponta que o cabo que se rompeu “não estava certificado para utilização em instalações para o transporte de pessoas” e não respeitava as especificações técnicas da própria empresa. A investigação detetou ainda que o freio de emergência nunca foi testado e que a manutenção apresentava omissões e falta de supervisão, com registos de inspeções dadas como executadas em horários que não correspondiam à realidade. Carlos Neves, da Ordem dos Engenheiros, sublinhou a gravidade da inexistência de um “sistema de travagem redundante”.
O GPIAAF recomendou que os ascensores de Lisboa permaneçam parados até uma reavaliação por uma entidade especializada.
Em resposta, a Carris anunciou a demissão do diretor de manutenção e atribuiu as responsabilidades pela compra do cabo irregular à administração anterior, cujo contrato foi assinado em 2022, admitindo ainda incumprimentos por parte da empresa externa de manutenção. O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, reagiu afirmando que a tragédia derivou de “causas técnicas e não políticas”, lamentando a politização do caso.
Já o candidato presidencial Luís Marques Mendes defendeu que, “num acidente desta gravidade não pode haver impunidade. Não se pode branquear o que aconteceu”.














