As cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC, reuniram em Lisboa as mais altas figuras do Estado e centenas de cidadãos para uma última homenagem. O país despediu-se de uma figura incontornável da política e dos media, num dia de luto nacional que refletiu a sua importância na construção da democracia portuguesa. A missa de corpo presente, realizada no Mosteiro dos Jerónimos, foi presidida pelo cardeal patriarca emérito, D. Manuel Clemente, e contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que no seu elogio fúnebre o descreveu como um "visionário, lutador e otimista".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, referiu-se a Balsemão como o "militante número um" do PSD, partido que ajudou a fundar.
A cerimónia foi marcada por momentos de grande emoção, como o discurso do seu filho, Francisco Pedro Balsemão, que o chamou de "nosso herói", e a passagem do cortejo fúnebre pelo edifício da Impresa, em Paço de Arcos, onde centenas de colaboradores prestaram uma sentida homenagem com uma ovação de seis minutos. A sua carreira foi recordada como a de um homem de consensos, um "pai fundador da democracia", cujo legado se estende da Ala Liberal durante o Marcelismo à criação de um dos maiores grupos de comunicação social do país, alicerçado na defesa da liberdade de imprensa. A sua fortuna, avaliada em mais de 40 milhões de euros, será dividida por seis herdeiros.
Em resumoFrancisco Pinto Balsemão, falecido aos 88 anos, foi homenageado como uma figura ímpar da democracia portuguesa, com um legado marcante na política, enquanto fundador do PSD, e nos media, como criador do Expresso e da SIC. As cerimónias fúnebres, que contaram com a presença das mais altas figuras do Estado, sublinharam a sua visão, o seu papel como construtor de consensos e a sua defesa intransigente da liberdade.