As negociações prolongaram-se pela noite dentro, com o PSD a solicitar mais tempo para analisar as novas propostas apresentadas pelo PS, que se aproximam das posições do partido do Governo.

O impasse reflete as diferentes visões sobre os requisitos para a atribuição da nacionalidade portuguesa.

O PS alterou a sua proposta, sugerindo que a nacionalidade possa ser adquirida por filhos de estrangeiros nascidos em Portugal, desde que um dos progenitores resida legalmente no país há pelo menos dois anos (para cidadãos de países de língua oficial portuguesa ou da UE) ou três anos nos restantes casos.

Esta alteração representa uma aproximação às exigências da AD.

No entanto, o Chega mantém-se como um obstáculo a um consenso mais alargado.

André Ventura ameaçou votar contra a lei caso o PSD não aceite as suas exigências, que incluem a perda automática da nacionalidade para quem comete crimes graves.

O líder do Chega considerou que as propostas socialistas representam uma "traição ao eleitorado". O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, garantiu que o Governo "não se vai desviar um milímetro do objetivo de ter uma lei da nacionalidade exigente", enquanto o comentador Miguel Santos Carrapatoso considera que o adiamento é apenas "uma questão de prazos" e que a lei acabará por ser aprovada.