A instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral aponta para uma suborçamentação de despesas e uma dependência de medidas pontuais.

No seu relatório de análise à proposta de OE2026, o CFP considera que, embora a estratégia do Governo permita "projetar um resultado orçamental positivo", esta "suscita dúvidas quanto à sua sustentabilidade". Um dos principais fatores de risco identificados é a subestimação de despesas em áreas como a Defesa. O organismo alerta também para a dependência de receitas extraordinárias, como a venda de imóveis do Estado, e de dividendos da Caixa Geral de Depósitos, que podem não se concretizar nos valores previstos. O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, admitiu que a atribuição de um suplemento extraordinário às pensões em 2026 será "mais difícil", justificando com o peso dos empréstimos do PRR nas contas públicas. O líder do PS, José Luís Carneiro, embora reiterando que o seu partido se absterá na votação do orçamento "em nome da estabilidade", afirmou que o documento tem um "problema de credibilidade". O CFP projeta mesmo um défice para 2025 e estima que a eliminação total do desconto no ISP e a atualização da taxa de carbono poderiam gerar uma receita adicional de 1.132 milhões de euros, um valor não contemplado pelo Governo.