A discussão centrou-se em temas como as pensões, a carga fiscal e a margem orçamental para alterações.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, abriu o debate alertando para a reduzida margem de manobra financeira, afirmando que “a margem orçamental é mesmo curta” e pedindo responsabilidade aos partidos na apresentação de propostas de alteração.

Montenegro rejeitou a possibilidade de um aumento permanente das pensões mais baixas, uma das principais exigências do PS para a sua abstenção. Por seu lado, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, esclareceu que a viabilização do orçamento não é um cheque em branco, garantindo que “a abstenção enquanto contributo para a estabilidade política do país tem o prazo de validade de um ano”. O debate foi também palco de um confronto aceso entre Montenegro e André Ventura, após o líder do Chega ter invocado a figura de Salazar, o que mereceu uma forte repreensão do primeiro-ministro. A Iniciativa Liberal e os partidos mais à esquerda, como o Bloco de Esquerda e o PCP, confirmaram o seu voto contra, criticando tanto o conteúdo do orçamento como a posição do PS, que acusam de abdicar do seu papel de oposição. A discussão ficou ainda marcada pela suspensão do mandato de deputado de Pedro Nuno Santos, que será substituído por Lia Ferreira.