O processo eleitoral do Benfica, que resultou na passagem de Rui Costa e João Noronha Lopes a uma inédita segunda volta, ficou ensombrado por uma queixa formal apresentada pela direção do clube à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD). A queixa visa a lista de Noronha Lopes e baseia-se em denúncias de sócios que reportaram uma alegada “recolha de dados pessoais como nome, apelido, número de sócio, onde votou e o número de votos no momento da votação”. Além disso, os sócios queixaram-se de terem recebido “mensagens de telemóvel e emails a apelar ao voto numa lista em concreto”, o que levanta questões sobre a utilização indevida de bases de dados. A candidatura de João Noronha Lopes reagiu prontamente, negando “veementemente qualquer ilegalidade” e assegurando que a sua campanha pautou-se sempre pelo cumprimento da lei.
A controvérsia surge num momento de grande mobilização dos sócios, com a primeira volta a registar uma participação histórica.
A segunda volta, agendada para 8 de novembro, será antecedida por um debate televisivo entre os dois candidatos, que se realizará no Estádio da Luz e será transmitido em simultâneo por quatro canais de informação. O presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Pereira da Costa, prevê uma participação ainda maior na segunda volta, estimando que possa ultrapassar os 100 mil votantes.
Em resumoA disputa pela presidência do Benfica intensificou-se com uma acusação de recolha ilegal de dados que mancha o processo eleitoral. A queixa à CNPD adiciona uma camada de tensão à segunda volta entre Rui Costa e Noronha Lopes, numas eleições que já são históricas pela elevada participação dos sócios.