O estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltou a ser tema central no debate político, com o Presidente da República a tecer duras críticas à gestão do setor e a propor um pacto alargado para garantir a sua sustentabilidade. As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa geraram reações imediatas do Governo e da oposição. Numa intervenção no ISCTE, o Chefe de Estado defendeu a necessidade de um "acordo de regime" para a Saúde que defina claramente o papel do SNS, do setor social e do privado. Marcelo criticou o que considera ser uma gestão "casuística", marcada por uma "dispersão de decisões" e planos de emergência de curto prazo, afirmando que "não há saúde que aguente" mudanças de política a cada novo governo. O líder do PS, José Luís Carneiro, interpretou as palavras do Presidente como uma prova de que o "Governo falhou".
Em resposta às crescentes preocupações sobre cortes orçamentais, o Ministério da Saúde admitiu que o Orçamento para 2026 é "exigente", mas negou que implique menos assistência, focando-se na "otimização dos recursos existentes" para evitar desperdícios.
No entanto, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) declarou que "já ninguém acredita" nas promessas do Governo, alertando que as medidas propostas apenas degradam as condições de trabalho e o serviço prestado aos utentes.
A ex-ministra da Saúde, Ana Jorge, também se mostrou crítica, apontando a falta de um "fio condutor" na política de saúde.
Em resumoA saúde em Portugal encontra-se num impasse, com o Presidente da República a exigir um consenso político de longo prazo para o SNS. Enquanto o Governo nega cortes e promete maior eficiência, os profissionais de saúde e a oposição manifestam profundo ceticismo, temendo uma contínua degradação dos serviços públicos.