A controvérsia adensou-se devido a informações contraditórias sobre o acompanhamento da gravidez da vítima, Umo Cani.
Inicialmente, a ministra da Saúde afirmou no parlamento que a mulher não estava a ser seguida no Serviço Nacional de Saúde (SNS). No entanto, a família e amigos da vítima desmentiram esta versão, apresentando provas de que Umo Cani, residente em Portugal desde dezembro de 2024 e com autorização de residência, era acompanhada desde julho no centro de saúde de Agualva-Cacém e tinha tido consultas de obstetrícia no próprio hospital. Posteriormente, a Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra emitiu um comunicado a reconhecer que a grávida era, de facto, seguida nos cuidados de saúde primários, atribuindo a informação incorreta à “inexistência de um sistema de informação clínica plenamente integrado”. Esta falha de comunicação foi classificada pela ministra como “grave”. O presidente do conselho de administração, Carlos Sá, apresentou a demissão por “dever ético”, que foi aceite pela ministra. O caso gerou uma onda de indignação, com a família a apresentar queixa-crime contra a ministra, exigindo um pedido de desculpas e a sua demissão ao primeiro-ministro.
Vários partidos da oposição e candidatos presidenciais criticaram a gestão do SNS, responsabilizando o Governo pela sua degradação e exigindo responsabilidades políticas.
O antigo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, comentou que a demissão da ministra não resolveria os problemas, mas reconheceu que esta perdeu condições para continuar no cargo, enquanto a antiga ministra Marta Temido criticou a forma como Ana Paula Martins abordou o caso.














