Mortágua afirmou que o partido "tem que mudar quase tudo", admitindo erros durante o seu mandato, mas saindo "sem ressentimentos". Perante os delegados, a líder cessante alertou que o BE precisa de transformar a sua cultura de organização e reforçar o diálogo para reverter o ciclo descendente que o partido atravessa.

O seu sucessor, José Manuel Pureza, defendeu a necessidade de realizar estas mudanças com "humildade, inteligência e diálogo".

Figuras históricas do partido, como Francisco Louçã e Fernando Rosas, também intervieram, sublinhando a importância de o partido ter "pés bem assentes na terra" e de se focar na sua reorganização, uma tarefa descrita como "hercúlea mas necessária". Louçã pediu "respostas claras" na defesa do "salário, casa e hospital".

As moções da oposição interna criticaram o "excesso de centralização" e a "moderação" da direção, exigindo mais democracia interna.

Fabian Figueiredo, ex-líder parlamentar, prometeu que o partido "vai levantar a cabeça" para combater a degradação da política portuguesa.

A convenção reflete um momento de autocrítica e busca por um novo rumo para o Bloco de Esquerda, que enfrenta o desafio de se reconectar com o eleitorado e os movimentos sociais.