As negociações de paz para a Ucrânia, conduzidas pela administração de Donald Trump, estão a ser recebidas com crescente desconfiança pelos líderes europeus, que temem uma "traição" dos Estados Unidos aos interesses de Kiev. A revista alemã 'Der Spiegel' revelou o conteúdo de uma chamada em que líderes como Emmanuel Macron expressaram preocupação de que Washington possa ceder território ucraniano à Rússia sem garantias de segurança adequadas. A tensão aumentou após uma reunião de cinco horas em Moscovo entre enviados de Trump — Steve Witkoff e Jared Kushner — e o presidente russo, Vladimir Putin.
Trump descreveu o encontro como "muito bom" e afirmou acreditar que Putin deseja sinceramente o fim da guerra.
No entanto, Putin declarou publicamente que a Rússia irá "libertar" a região do Donbass, seja pela força ou pela retirada das tropas ucranianas.
Em resposta, a Ucrânia prepara-se para uma nova ronda de negociações em Miami, com o presidente Volodymyr Zelensky a pedir "dignidade" para o seu país. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, reafirmou o apoio da UE à Ucrânia após uma conversa com Zelensky.
O cenário diplomático é complexo, com analistas a sugerirem que a Rússia está numa posição de força militar e diplomática, enquanto a Ucrânia se encontra numa situação de "tremenda fragilidade", dependente do apoio ocidental.
Em resumoO esforço diplomático liderado pelos EUA para terminar a guerra na Ucrânia está a criar uma fissura com os seus aliados europeus, que receiam que um acordo apressado possa sacrificar a soberania ucraniana. A Ucrânia participa nas negociações numa posição vulnerável, enquanto a Rússia mantém uma postura inflexível sobre os seus objetivos territoriais.