Um relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) revelou falhas significativas no programa "Ligue Antes, Salve Vidas", que encaminha utentes para os serviços de saúde através da linha SNS 24. A ERS alerta que o programa está a criar "obstáculos" no acesso aos cuidados, com hospitais e centros de saúde a dificultarem o atendimento e a desconhecerem as regras, o que pode configurar uma violação da Constituição. O relatório, que analisou 389 reclamações, aponta para situações de mau encaminhamento, decisões médicas inadequadas e falta de resposta, sobretudo devido à carência de profissionais e a dificuldades de comunicação.
Em alguns casos, utentes foram recusados no SNS.
O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, considera que "é o sistema que falha" e que a linha SNS 24 tem de ser repensada, uma visão partilhada por médicos de família que pedem mais profissionais.
No debate quinzenal, o tema da saúde gerou um confronto aceso entre André Ventura e Luís Montenegro.
O líder do Chega acusou o Governo de "incompetência", citando os longos tempos de espera no Hospital Amadora-Sintra, que chegaram a superar as 16 horas para doentes urgentes. O primeiro-ministro admitiu a existência de "constrangimentos" e picos de afluência, mas garantiu que a tendência geral tem sido de redução dos encerramentos de urgências.
As autoridades de saúde já asseguraram ter tomado medidas para reforçar os recursos humanos na Linha SNS 24 e colmatar as falhas identificadas.
Em resumoO programa "Ligue Antes, Salve Vidas" está a ser alvo de fortes críticas por parte da ERS, que aponta para falhas no acesso dos utentes aos cuidados de saúde. A situação, agravada pelos longos tempos de espera em alguns hospitais, dominou o debate político, com o Governo a reconhecer constrangimentos mas a garantir que estão a ser tomadas medidas.