Alemanha cria unidade de elite para neutralizar ameaça crescente de drones

O governo alemão anunciou a criação de uma nova unidade especial da polícia federal para combater a crescente ameaça representada por drones, numa medida que visa proteger a segurança pública e as infraestruturas críticas do país.

O governo alemão estabeleceu uma nova unidade da polícia federal dedicada à defesa contra drones.

Esta força especial, sediada em Ahrensfelde, um subúrbio de Berlim, contará com mais de 130 agentes e terá capacidade para intervir rapidamente em qualquer ponto do país. A iniciativa, inaugurada pelo ministro do Interior, Alexander Dobrindt, responde diretamente ao aumento do uso de drones em atividades perigosas ou ilícitas que ameaçam a segurança pública, as infraestruturas críticas e as intervenções de emergência.

A missão da unidade é "detetar, repelir, intercetar e, sim, abater se necessário" drones hostis.

Para tal, serão utilizados diversos meios, como o bloqueio de sinais de comando, tecnologias de deteção, drones intercetores e outros "meios físicos". O governo está a investir mais de 100 milhões de euros em 2025 e 2026 para a aquisição destas tecnologias, contando com a ajuda de "aliados ucranianos e israelitas".

Paralelamente, os aeroportos alemães serão também equipados com sistemas de defesa antidrones pelos estados federados (Länder) e pelos seus operadores.

Esta medida surge num contexto de crescente preocupação.

Nos últimos meses, multiplicaram-se os relatos de sobrevoos de drones em aeroportos e locais sensíveis, incluindo instalações militares.

O Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha (BKA) registou pelo menos mil sobrevoos sobre infraestruturas essenciais que poderiam ter "motivação política". Segundo o comandante da Polícia Federal, Dieter Romann, dos "várias centenas de casos" de drones detetados em 2025, "dois terços" ocorreram nos principais aeroportos alemães. Para além da nova unidade, Berlim já reforçou os poderes da polícia para abater drones, aprovou uma lei que autoriza a intervenção do Exército e planeia criar um centro nacional de defesa antidrone para melhorar a coordenação.