A Busca de Equilíbrio: Macron Pressiona Xi Pela Paz na Ucrânia e por Justiça Comercial



Durante a sua quarta visita de Estado à China, Emmanuel Macron apelou diretamente a Xi Jinping para que este use a sua influência junto da Rússia para terminar a guerra na Ucrânia. A posição francesa, expressa pelo Eliseu, é a de que Pequim deve convencer Moscovo a cessar o conflito e a avançar para negociações, esperando também que a China se abstenha de fornecer à Rússia quaisquer meios que permitam a continuação da guerra.
A China, por seu lado, reitera o seu desejo de paz e o apoio ao diálogo, mas nunca condenou a invasão russa, mantendo-se como um parceiro económico e político fundamental de Moscovo, nomeadamente como o maior comprador mundial dos seus combustíveis fósseis. O segundo pilar da visita centrou-se nas relações económicas, marcadas por um enorme défice comercial de 357,1 mil milhões de dólares em detrimento da União Europeia. Macron, acompanhado por 35 líderes de grandes empresas francesas como a Airbus e a EDF, defendeu a necessidade de reequilibrar a relação comercial através do aumento de "investimentos cruzados" e da partilha de tecnologias.
O líder francês abordou ainda as práticas comerciais chinesas consideradas desleais em setores como o automóvel e o aço, bem como a questão estratégica do acesso a metais raros, cuja produção é dominada pela China.
A visita, que decorreu entre os dias 3 e 5 de dezembro de 2025, incluiu uma receção formal no Palácio do Povo, em Pequim, e encontros alargados, culminando na assinatura de vários contratos. Para além das reuniões oficiais, os dois líderes e as suas esposas, Brigitte Macron e Peng Liyuan, tiveram um encontro mais informal em Chengdu, na província de Sichuan, um gesto interpretado como um sinal da importância atribuída por Pequim à relação sino-francesa.
Xi Jinping garantiu que a China pretende cooperar com França para "eliminar qualquer interferência" e tornar a parceria estratégica mais estável.












