Gaza: Entre a Morte de Jornalistas, Operações Militares e Esforços Diplomáticos



O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a repressão e os riscos de "deslocamento, fome e morte" enfrentados pelos jornalistas na Faixa de Gaza. Segundo dados da ONU, mais de 260 profissionais de comunicação social foram mortos desde o início da guerra, a 7 de outubro de 2023, o que torna este o conflito mais mortal para o setor em décadas. Guterres reiterou que civis não são alvos e que os jornalistas devem poder trabalhar sem interferência, criticando a proibição de acesso a Gaza para a imprensa internacional.
A operação militar israelita, lançada em retaliação aos ataques do Hamas que resultaram em cerca de 1.200 mortos em Israel, já provocou mais de 70 mil mortos no enclave palestiniano, na sua maioria civis. No terreno, as forças israelitas reivindicaram a morte de mais de 40 combatentes do Hamas ao longo da última semana, em operações focadas no desmantelamento de redes de túneis subterrâneos na zona leste de Rafah. De acordo com uma fonte do Hamas, estima-se que entre 60 a 80 dos seus combatentes permaneçam encurralados em vários túneis.
Paralelamente, prosseguem os esforços diplomáticos.
O Hamas confirmou reuniões com mediadores internacionais — Egito, Turquia e Catar — sobre o destino dos seus combatentes.
O Catar tem pressionado Israel para avançar para a segunda fase de um acordo de cessar-fogo, embora um analista internacional tenha destacado que o país também financia o Hamas. A primeira fase da trégua, em vigor desde 10 de outubro, incluiu a troca de reféns por prisioneiros palestinianos, mas ambas as partes têm trocado acusações de violação do acordo. O impacto do conflito estende-se a outras áreas, com as guerras em Gaza e na Ucrânia a impulsionarem as vendas dos fabricantes de armas.
No plano cultural, a cidade de Faro acolhe a estreia mundial da exposição de fotografia “Gaza antes da guerra”, da premiada fotojornalista Samar Abu Elouf, que documentou o quotidiano no enclave antes de ser evacuada.
Perante este cenário, António Guterres reafirmou que a ONU continua empenhada numa solução de dois Estados como o único caminho sustentável para a paz.















