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SNS sob Tensão: Entre Conquistas Estatísticas e Desafios Estruturais Profundos

O sistema de saúde em Portugal enfrenta uma encruzilhada crítica, marcada por pressões financeiras crescentes e paradoxos internos que ameaçam a sua sustentabilidade a longo prazo, apesar de alguns indicadores de desempenho positivos a nível internacional.
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O setor da saúde em Portugal debate-se com um aumento significativo dos custos, prevendo-se uma subida de 10% nos prémios dos seguros de saúde em 2026, muito acima da inflação, segundo um relatório da Aon. Esta tendência, que afeta tanto empresas como particulares, é impulsionada por fatores como o envelhecimento da população, a perceção de falhas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) que leva a uma maior procura do setor privado, e a transferência de custos de tratamentos complexos do público para as seguradoras. Em resposta, as empresas começam a investir em estratégias de prevenção para mitigar os encargos.

Paralelamente, o SNS revela fragilidades estruturais e paradoxos, conforme destacado pelo relatório “Health at a Glance 2025” da OCDE.

Embora Portugal apresente um rácio de médicos por habitante (5,8 por mil) superior à média da OCDE, regista um défice crónico de enfermeiros (7,6 por mil, abaixo da média de 9,2). Este desequilíbrio provoca a sobrecarga e emigração dos enfermeiros e uma dependência crescente de profissionais formados no estrangeiro para evitar o colapso de vários serviços.

Esta solução é descrita como vital a curto prazo, mas insustentável como estratégia de fundo.

O subinvestimento crónico é outra falha sistémica.

A despesa em equipamentos e infraestruturas é residual, resultando em tecnologia de diagnóstico obsoleta e edifícios degradados.

A burocracia excessiva agrava o problema, atrasando a adoção de inovações tecnológicas e terapêuticas que noutros países europeus são implementadas mais rapidamente.

Adicionalmente, o sistema subutiliza o potencial da cirurgia de ambulatório e revela uma fragmentação nos cuidados continuados, com falhas de comunicação entre hospitais, cuidados comunitários e serviços sociais, resultando em reinternamentos evitáveis. Apesar destes desafios, Portugal destaca-se positivamente com uma das taxas mais baixas de necessidades de cuidados de saúde não satisfeitas (2,5%) na OCDE. Contudo, este sucesso agregado mascara desigualdades regionais e socioeconómicas significativas, longas listas de espera e um investimento insuficiente na prevenção, que representa apenas 3% da despesa total em saúde.

Esta falta de aposta em políticas preventivas, aliada à fuga de profissionais e ao envelhecimento populacional, coloca em risco a sustentabilidade das conquistas alcançadas.

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