A Escalada Salarial de Montenegro: Governo Aumenta Metas e PS Vê 'Cenoura' para os Trabalhadores



O primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, aumentou os objetivos salariais para Portugal durante o encerramento do X Congresso Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), no Porto.
As novas metas apontam para um salário mínimo de 1.600 euros e um salário médio de 3.000 euros. Esta declaração representou um aumento significativo face aos valores mencionados no dia anterior, quando sugeriu um mínimo de 1.500 euros e um médio entre 2.000 e 2.500 euros. Montenegro afirmou que, embora o objetivo para a legislatura seja de 1.100 euros para o salário mínimo, a sua ambição é maior, associando estas metas a um crescimento económico de 3% a 4% ao ano, em vez dos atuais 2%.
Estas propostas surgem no contexto de uma potencial reforma das leis laborais.
O primeiro-ministro defende que o atual momento de estabilidade política, económica e financeira é ideal para realizar alterações que tornem o país mais competitivo e dinâmico.
No seu discurso, frisou a intenção de criar riqueza para combater a pobreza através de um projeto de desenvolvimento robusto e duradouro.
Rejeitando as dúvidas sobre a ambição do Governo, assegurou que, tal como no ano anterior, as metas orçamentais e económicas serão superadas.
A reação da oposição não se fez esperar.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o primeiro-ministro de estar a “lançar uma cenoura” aos trabalhadores com a promessa de um salário mínimo de 1.500 euros. Para Carneiro, esta é uma “manobra de diversão” para tentar esvaziar a greve geral marcada para a semana seguinte.
O líder socialista considera que as propostas do Governo quebraram a paz social, algo que não acontecia há 12 anos, e questionou a necessidade de políticas “tão disruptivas”, recordando que a última revisão laboral ocorreu há apenas dois anos com o contributo do PSD. No congresso dos autarcas, Montenegro, que não prestou declarações aos jornalistas, sublinhou ainda a responsabilidade acrescida do PSD por governar tanto a nível central como na maioria das autarquias, afirmando que têm “a faca e o queijo na mão” para transformar o país.
Comprometeu-se a combater a burocracia, prometendo rever o Código dos Contratos Públicos e simplificar os processos de licenciamento, reforçando a confiança nos autarcas.













