Reforma Laboral em Tempo de Estabilidade: A Visão de Montenegro para Salários Mais Altos e Maior Crescimento

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defende que a atual estabilidade do país é o momento ideal para avançar com uma reforma das leis laborais, rejeitando que tais mudanças devam ser improvisadas em períodos de crise.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defende que a atual estabilidade política, económica e financeira de Portugal constitui o momento ideal para proceder a uma reforma das leis do trabalho.

Durante a inauguração da ampliação da fábrica da Keenfinity (antiga Bosch), em Ovar, no distrito de Aveiro, Montenegro insistiu que as reformas estruturais não devem ser improvisadas "quando estamos à rasca", mas sim ponderadas "com calma, com serenidade e com profundidade" em períodos favoráveis. O objetivo principal da reforma proposta é aumentar a competitividade e o dinamismo da economia nacional.

O chefe do Governo questionou retoricamente por que não se deve aproveitar a oportunidade para ambicionar um crescimento económico anual de 3% a 4%, em vez dos atuais 2%. Na mesma linha, sugeriu que tais mudanças poderiam abrir caminho para um aumento significativo dos salários, apontando para um salário mínimo de 1.500 euros e um salário médio entre 2.000 e 2.500 euros. O evento que serviu de palco a estas declarações foi a expansão da fábrica da Keenfinity, um projeto que representa um investimento de cerca de 19 milhões de euros, dos quais 14,7 milhões se destinam a equipamento. Segundo o diretor da unidade, António Pereira, o objetivo é duplicar o volume de vendas e criar 480 novos postos de trabalho altamente qualificados, que se somarão aos 1.100 funcionários atuais. A nova área de produção, com 3.800 metros quadrados, permitirá à empresa, com mais de 50 anos de experiência, expandir as suas atividades de Investigação & Desenvolvimento e operações até 2030.

O grupo Keenfinity especializa-se em produtos e sistemas para segurança e comunicação.