Escalada de Tensão na Fronteira: Acusações Mútuas e Vítimas Civis Marcam Novo Confronto entre Afeganistão e Paquistão

Confrontos armados na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão resultaram em várias mortes, escalando a tensão diplomática entre os dois países no meio de acusações mútuas sobre a origem dos ataques.

Uma troca de tiros na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, na noite de sexta-feira, resultou em vítimas mortais e feridos, agravando as tensões entre os dois governos. Os confrontos ocorreram principalmente na zona do distrito de Spin Boldak, na província afegã de Kandahar.

As autoridades talibãs e o governo paquistanês acusaram-se mutuamente de terem iniciado as hostilidades.

Fontes de segurança do Paquistão afirmaram que os confrontos começaram após "ataques não provocados" por parte das forças afegãs.

Os relatos sobre o número de vítimas são divergentes.

Um balanço inicial, fornecido pelo governador da região de Spin Boldak, Abdul Karim Jahad, apontava para quatro civis mortos e quatro feridos no Afeganistão.

Posteriormente, o porta-voz adjunto do governo talibã, Hamdullah Fitrat, atualizou os números para cinco mortos, incluindo um combatente talibã, e cinco feridos.

Este incidente ocorre num contexto de crescente tensão diplomática, que se seguiu ao fracasso de uma ronda de negociações entre delegações dos dois países na Arábia Saudita. A relação bilateral já se tinha deteriorado em outubro, com confrontos que duraram uma semana e que só terminaram com um frágil acordo de cessar-fogo mediado pelo Qatar e pela Turquia.

No entanto, a 25 de novembro, os talibãs reportaram novos ataques aéreos paquistaneses nas províncias de Khost, Paktika e Kunar, que terão causado a morte a 10 civis, incluindo nove crianças. Na base do conflito está a acusação de Islamabad de que os talibãs afegãos dão refúgio a membros do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), os talibãs paquistaneses, que orquestram ataques terroristas em solo paquistanês. Desde o regresso dos talibãs ao poder em Cabul, em agosto de 2021, tem-se verificado um aumento da violência no Paquistão, especialmente nas províncias fronteiriças.