Rússia anuncia conquistas na Ucrânia em dia de negociações de paz

A Rússia anunciou a conquista das cidades de Pokrovsk e Vovchansk na Ucrânia, um avanço militar que ocorre no mesmo dia em que um enviado dos Estados Unidos se encontra em Moscovo para negociações de paz, mas as forças ucranianas garantem que os combates prosseguem.

O Kremlin anunciou na terça-feira a captura definitiva da cidade de Pokrovsk, na região de Donetsk, e de Vovchansk, em Kharkiv.

A informação terá sido comunicada ao presidente Vladimir Putin no domingo anterior pelo chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, mas só foi divulgada publicamente na terça-feira.

Putin, visitando um comando militar, afirmou que "a iniciativa está inteiramente nas mãos" das suas Forças Armadas em toda a linha da frente e enalteceu as tropas por estas conquistas, que considera importantes para alcançar os objetivos da operação militar iniciada em 2022.

Para além de Pokrovsk e Vovchansk, a Rússia reivindicou outros progressos no terreno.

O presidente russo mencionou um "ritmo de avanço" em direção à cidade de Huliaipole e foram igualmente relatados avanços em Dimitrov, onde as forças russas controlarão a zona sul, e na frente sul, onde teriam alcançado o rio Gaichur.

O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, descreveu a captura de Vovchansk como "um passo importante para a vitória".

Em contrapartida, as forças armadas da Ucrânia contestaram a reivindicação russa sobre o controlo total de Pokrovsk. Num comunicado, o exército ucraniano declarou que as "operações de busca e assalto bem como de eliminação da presença inimiga nas zonas urbanas continuam em Pokrovsk", indicando que a batalha pela cidade, um importante centro logístico, ainda não terminou. Estes anúncios de avanços militares surgem num momento crucial de negociações diplomáticas.

O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, encontra-se em Moscovo para uma reunião com Vladimir Putin para discutir um possível acordo de paz. Antes da sua visita, Witkoff participou numa reunião na Florida com uma delegação ucraniana, um encontro que contou com a presença do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e que foi classificado como "produtivo".