Uma investigação revelou uma vulnerabilidade crítica no WhatsApp que permitiu a identificação e recolha de metadados de aproximadamente 3,5 mil milhões de contas de utilizadores em todo o mundo. A falha, que já foi corrigida pela Meta, expôs números de telefone, fotografias de perfil e outras informações públicas, incluindo cerca de 10 milhões de números portugueses. Investigadores da Universidade de Viena desenvolveram um método que explorava a funcionalidade de descoberta de contactos do WhatsApp para verificar massivamente números de telefone. Utilizando uma API da plataforma, conseguiram testar até 7.000 números por segundo a partir de um único endereço IP, sem que os sistemas de segurança da Meta bloqueassem a atividade. Este processo permitiu-lhes confirmar a existência de 3,5 mil milhões de contas ativas, um número que, segundo os investigadores, "ultrapassa os 'mais de 2 mil milhões de pessoas' declarados oficialmente pelo WhatsApp".
Para além da verificação dos números, foi possível extrair dados publicamente visíveis, como fotografias de perfil (em 57% dos casos) e informações do campo "Recado".
O mais preocupante é que esta vulnerabilidade não é nova; um problema semelhante já tinha sido reportado à empresa em 2017, mas foi na altura desvalorizado.
Após a notificação formal dos investigadores austríacos na primavera de 2025, a Meta implementou contramedidas em outubro do mesmo ano.
A empresa minimizou o incidente, afirmando que os dados expostos eram apenas "informação pública básica", mas especialistas alertam para o risco de tais informações serem usadas em campanhas maliciosas.
Em resumoUma falha no WhatsApp permitiu a investigadores verificar 3,5 mil milhões de números de telefone e recolher dados públicos como fotos de perfil, afetando 10 milhões de utilizadores em Portugal. A vulnerabilidade, semelhante a uma outra reportada em 2017, foi corrigida pela Meta em outubro de 2025.