A medida, que visa proteger menores de idade do acesso a conteúdo impróprio, está a gerar um intenso debate sobre privacidade e vigilância digital.

De acordo com o Financial Times, a proposta inicial considerava a integração obrigatória destes controlos em todos os telemóveis comercializados no país, embora este caráter obrigatório possa ter sido abandonado.

O sistema funcionaria através da análise de conteúdo diretamente no dispositivo do utilizador; ao detetar nudez, seria exibida uma notificação a exigir verificação de identidade, através de dados biométricos ou da partilha de um cartão de identificação, para permitir o acesso ao conteúdo. Esta abordagem de verificação de idade representa uma intervenção governamental sem precedentes no funcionamento central dos sistemas operativos Android e iOS. Organizações de defesa da privacidade alertam para os riscos associados, como a possibilidade de falsos positivos, a criação de um precedente para outros tipos de vigilância de conteúdo e a potencial erosão da privacidade do utilizador, mesmo que a análise ocorra localmente no dispositivo. O governo britânico pretende, no futuro, estender esta medida a outros equipamentos, como computadores, intensificando o debate sobre o equilíbrio entre a proteção de menores e o direito à privacidade.