De acordo com dados da plataforma Fixando, a procura por alojamento temporário para animais registou um aumento acentuado, com uma subida de 54% em junho e 42% em julho em comparação com os meses anteriores. No entanto, a capacidade de resposta do mercado é manifestamente insuficiente, com 84% dos pedidos feitos em julho a ficarem sem qualquer resposta. A situação é particularmente crítica para os donos de cães, que representam 66% da procura, seguidos pelos de gatos, com 17%. O serviço de 'pet sitting', que consiste em cuidadores que se deslocam a casa ou recebem os animais, também viu a procura crescer 32% em julho, mas apenas 32% desses pedidos obtiveram resposta. Este desfasamento entre a oferta e a procura não só gera ansiedade nos donos, que se veem sem alternativas seguras para os seus companheiros, como evidencia uma oportunidade de negócio e de rendimento extra. A plataforma estima que o preço médio por noite num hotel para animais ronde os 20€, enquanto um dia com um 'pet sitter' custa em média 12€. Para quem acolhe um animal, o rendimento semanal pode chegar aos 140€, ultrapassando os 1.500€ durante os três meses de verão. Alice Nunes, diretora de novos negócios na Fixando, afirma: "Temos assistido a um interesse crescente em serviços para animais, mas a verdade é que a oferta continua muito limitada, sobretudo nos meses de verão. Há aqui uma oportunidade real para amantes de animais transformarem essa paixão num rendimento extra". A situação reflete a necessidade de maior profissionalização e expansão de serviços de cuidado animal para acompanhar o elevado número de lares portugueses com animais de estimação.
