A situação, que se tem vindo a agudizar desde a pandemia, está diretamente ligada à instabilidade no mercado imobiliário. Marta Videira, diretora técnica da CAL, afirma que a instituição tem recebido um aumento de pedidos de recolha de “famílias que por questões relacionadas com a habitação se vêm nessa situação”.
Os motivos são variados: “As pessoas estão a perder a sua casa, a serem despejadas, a irem para casas partilhadas e deixam de poder ter os animais”.
A isto soma-se a discriminação no acesso ao arrendamento, onde os senhorios frequentemente preferem inquilinos sem animais, mesmo que tal não seja explícito.
Esta realidade coloca muitas famílias perante uma escolha impossível entre ter um teto e manter o seu animal de companhia.
Para mitigar o problema, a CAL oferece apoios a tutores em dificuldades socioeconómicas, como o cheque-veterinário e ajuda com alimentação, na tentativa de evitar que a crise financeira resulte no abandono. No entanto, estas medidas paliativas contrastam com o problema estrutural da habitação, que continua a ser um dos principais fatores por detrás do aumento de animais errantes.